Sobre a arte e tecnologia

Vi no X uma discussão muito interessante sobre a Inteligência Artificial vir a substituir os dubladores. O assunto é complicado, pois é o fim do emprego de muita gente talentosa. Mas eu acredito, que não será tão rápido assim, porém será inevitável.

Pode ser que um estúdio de animação compre os direitos de uso da voz de um ator ou atriz e peça à Inteligência Artificial que traduza a voz dele para outras línguas, mas IA precisaria compreender expressões de outras línguas e que algumas coisas que se encaixam em uma língua não se encaixam em outra.

Por exemplo uma piada em português do Brasil pode ser ofensiva demais em português de Portugal ou não fazer sentido algum em inglês ou espanhol. Por isso ainda precisará de humanos.

Existe a possiblidade de criar um ator ou uma atriz virtual e colocá-lo(a) em vários filmes e anúncios sem a necessidade de um cachê e já existem influenciadoras virtuais.

Eu acho a inteligência artificial uma boa ferramenta de escrita, pois ajuda a organizar as ideias para uma história seja original ou fanfic. E alguns escritores já vêm utilizando a IA como uma ferramenta de escrita.

 O mundo da música parece que se adaptará mais rápido a essa tecnologia. Li um artigo há algum tempo em que o autor comentava da possibilidade da Realidade Virtual levar um fã para um show do Beatles na década de 1960 e ter experiência completa de estar em uma plateia da época e possíveis contratos com gravadores e familiares dos músicos para isso.

Já aconteceram alguns shows com hologramas de cantores falecidos como Dio, mas não foi ainda bem aceito pelo público.

Recentemente o KISS lançou um projeto de avatares em seus shows, que segundo seus idealizadores, é uma tecnologia mais realista do que os hologramas.

 A grande questão é que o grande público não parece se importar se um escritor, por exemplo, simplesmente usar a história que foi proposta pela inteligência artificial sem dar seu toque pessoal que é o que torna uma pessoa um artista de verdade.

 Notei uma tendência da IA de evitar o que considera perigoso e aí entra a boa velha criatividade humana. Claro que é possível criarem livros e outras formas de arte e entretenimento para as massas com o que for mais conveniente as ideias de quem estiver no poder, como em 1984.

Já houve casos de livros escritos com ajuda da IA concorrendo e artes plásticas ganhando prêmios.

Nos exemplos citados vi o público contente com essa ideia de artistas ganharem prêmios usando IA como ferramenta e vi muita gente vibrando com a possível demissão em massa dos dubladores.

No caso da música também percebi uma certa tendência em aceitar a ideia de entrar numa realidade virtual para ter a sensação de estar na plateia do primeiro Rock in Rio ou num show do KISS na década de 70.

Não fico surpresa, pois a música vem a muito tempo se alimentando de nostalgia. Não vou negar que gosto de ouvir músicas mais antigas.

Creio que é uma tecnologia que veio para ficar e se vai mudar ou não o entretenimento isso vai depender do público. E em todo caso é mais uma revolução que teremos que nos adaptar.

Para saber mais :

Um ensaio muito bom do blog Sushi Pop do Alexandre Nagado : https://www.blogsushipop.com/post/ia-fim-dos-dubladores

Uma breve matéria sobre os avatares do KISS : https://www.radiorock.com.br/2023/12/23/kiss-sugere-que-seus-primeiros-shows-de-avatares-vao-rolar-em-2027/

Uma matéria sobre uma empresa de entretenimento que quer expandir o mercado de realidade virtual: https://olhardigital.com.br/2022/01/11/pro/amazevr-capta-us15-milhoes-para-expandir-shows-em-realidade-virtual/

Música de Domingo

Uma das melhores músicas do Rod Stewart.

Minha versão favorita é a do acústico MTV com Ron Wood dos Stones. Em minha opinião o acústico do Rod foi um dos melhores da MTV, mas por alguma razão, pouca gente comenta.